Primeiramente, a Doença de Alzheimer não é uma sentença! É uma doença neurodegenerativa progressiva que se manifesta na maioria das vezes em idosos, apresentando deterioração cognitiva e da memória de curto prazo e uma variedade de sintomas neuropsiquiátricos e de alterações comportamentais que se agravam ao longo do tempo. Traduzindo, é uma doença que se manifesta no cérebro fazendo com que aconteça a perda de memória. Quando os sintomas começam a aparecer é difícil reverter, porém é possível retardá-los. Assim como outras doenças, ela não tem cura mas tem tratamentos eficazes especialmente quando detectada precocemente.
Para combater o avanço da Doença de Alzheimer, precisamos falar sobre ela e o sobre o nosso envelhecimento desde cedo, já que 50% dos casos do desenvolvimento da Doença está ligado ao nosso estilo de vida e somente 20% está ligado a fatores genéticos.
Causas:
20% dos casos da Doença de Alzheimer tem relação genética. Nessas situações, os sintomas aparecem mais cedo e o avanço da doença é mais rápido. Outros 80% tem relação ao meio e estilo de vida. O estilo de vida é o mais agravante, sendo responsável por 50% dos casos de desenvolvimento da Doença de Alzheimer Ter uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos regulares e exercícios mentais é essencial para a prevenção e/ou retardo do avanço da doença.
Fatores de risco:
A idade (envelhecimento) é o fator de risco mais conhecido e importante para a forma esporádica da doença de Alzheimer.
Outros possíveis fatores de risco têm sido estudados, como: exposição ou ingestão de substâncias tóxicas como álcool, chumbo , alumínio , e solventes orgânicos, medicamentos diversos, trauma craniano, exposição à radiação, estilo de vida, estresse, infecções, doenças imunológicas, câncer, altos níveis de colesterol e de homocisteína , a obesidade , diabetes , baixo nível de escolaridade etc.
Sintomas:
O primeiro sintoma da Doença é a perda de memória recente. Com a progressão, vão aparecendo sintomas mais graves como a perda de memória dos fatos mais antigos, irritabilidade, falta de noção de espaço e tempo, falhas na linguagem e por último falhas no cérebro que afetam o corpo no funcionamento automático, como respiração, digestão e outros.
Entre os principais sinais e sintomas do Alzheimer estão:
- falta de memória para acontecimentos recentes;
- repetição da mesma pergunta várias vezes;
- dificuldade para acompanhar conversações ou pensamentos complexos;
- incapacidade de elaborar estratégias para resolver problemas;
- dificuldade para dirigir automóvel e encontrar caminhos conhecidos;
- dificuldade para encontrar palavras que exprimam ideias ou sentimentos pessoais;
- irritabilidade, suspeição injustificada, agressividade, passividade, interpretações erradas de estímulos visuais ou auditivos, tendência ao isolamento.
O quadro clínico costuma ser dividido em quatro estágios:
- Estágio 1 (forma inicial): alterações na memória, na personalidade e nas habilidades visuais e espaciais.
- Estágio 2 (forma moderada): dificuldade para falar, realizar tarefas simples e coordenar movimentos. Agitação e insônia.
- Estágio 3 (forma grave): resistência à execução de tarefas diárias. Incontinência urinária e fecal. Dificuldade para comer. Deficiência motora progressiva.
- Estágio 4 (terminal): restrição ao leito. Mutismo. Dor à deglutição. Infecções intercorrentes.
Como prevenir a Doença de Alzheimer?
A Doença de Alzheimer ainda não possui uma forma de prevenção específica, no entanto os médicos acreditam que manter a cabeça ativa e uma boa vida social, regada a bons hábitos e estilos, pode retardar ou até mesmo inibir a manifestação da doença.
Com isso, as principais formas de prevenir, não apenas o Alzheimer, mas outras doenças crônicas como diabetes, câncer e hipertensão, por exemplo, são:
- Estudar, ler, pensar, manter a mente sempre ativa.
- Fazer exercícios de aritmética.
- Jogos inteligentes.
- Atividades em grupo.
- Não fumar.
- Não consumir bebida alcoólica.
- Ter alimentação saudável e regrada.
- Fazer prática de atividades físicas regulares.
Como é feito o diagnóstico da Doença de Alzheimer?
O diagnóstico da Doença de Alzheimer é por exclusão. O rastreamento inicial deve incluir avaliação de depressão e exames de laboratório com ênfase especial na função da tireoide e nos níveis de vitamina B12 no sangue.
Existem exames clínicos mais invasivos capazes de detectar a presença da Proteína TAU que indica que a pessoa tem a Doença de Alzheimer. Contudo, hoje sabemos que é possível ter a Doença de Alzheimer, porém não desenvolver a demência.
A Inteligência artificial também está nos auxiliando cada vez mais na detecção precoce da Doença de forma precisa, não invasiva e reduzindo os custos. Existem exames feitos através da inteligência artificial médica que faz o rastreio preciso do cérebro, indicando quais áreas estão sendo afetadas e precisam ser trabalhadas para impedir o avanço da doença.
Tratamento para a Doença de Alzheimer
O tratamento do Alzheimer é medicamentoso e os pacientes têm à disposição a oferta de medicamentos capazes de minimizar os distúrbios da doença, que devem ser prescritos pela equipe médica. O objetivo do tratamento medicamentoso é, também, propiciar a estabilização do comprometimento cognitivo, do comportamento e da realização das atividades da vida diária (ou modificar as manifestações da doença), com um mínimo de efeitos adversos.
Tecnologia no combate à Doença de Alzheimer
Efeitos dos games na prevenção e retardamento da doença estão sendo estudados
Games e exercícios podem evitar os sintomas do mal de Alzheimer. É o que pretende constatar um estudo científico que está avaliando os efeitos dos jogos na prevenção da doença e no retardo dos sintomas da demência.
O estudo está sendo realizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Cerca de 20 idosos, todos sadios, possuindo apenas um declínio cognitivo leve, sem sintomas de Alzheimer, estão participando do experimento que busca incluir o tratamento cognitivo como forma de tratamento.
O uso de jogos eletrônicos na prevenção do Alzheimer já vinha sendo estudado, mas sem evidências científicas. Só em junho deste ano, por ocasião do encontro anual da Alzheimer´s Association, em Toronto, Canadá, foi apresentado um estudo em grande escala e de longo prazo com evidências que os jogos podem diminuir o risco de demência.
A pesquisa ACTIVE (Advanced Cognitive Training for Independent and VitalElderley) foi desenvolvida desde 1998 com 2.832 participantes, com idades entre 65 e 94 anos, divididos em quatro grupos. Um de controle, dois com oficinas em sala de aula para melhorar a memória e o quarto com treinamento cognitivo com uso de computador; em especial um exercício denominado “speed of processing” (velocidade de processamento). Uma parcela do grupo teve treinamento adicional.
Após 10 anos de monitoramento de praticamente todos os participantes, os pesquisadores constataram que mais de 300 desenvolveram demência, com variações de taxas entre os grupos. No grupo de controle o percentual foi de 14% menos da metade da taxa média para americanos, octogenários. No grupo de treinamento cognitivo o índice foi de 12,1%. Entre os que receberam sessões adicionais a taxa foi só de 8,2%. Os jogos se mostraram eficazes pela capacidade de recuperar a agilidade de pensamento, consequência natural do avançar da idade.
Quem não se familiarizar com os jogos de computador pode jogar cartas, dominó, entre outros. O importante é manter a mente em movimento.